8 mitos e fatos sobre os Vikings que podem te surpreender

Personagem “Viking” do jogo de RPG Atlantic Online.

Texto de João Carlos Moreno de Sousa

Os Vikings se tornaram muito populares nas mídias. Na cultura pop ele são vistos como homens grandes, fortes, barbudos, com elmos de chifres enormes e pontudos. Um exemplo disso são os jogos de vídeo game, desenhos animados e filmes, como o recente “Como treinar seu Dragão” (no qual inclusive há, além dos principais estereótipos, dragões na história). Os Vikings ainda são conhecidos por serem homens que enchiam seu navios com guerreiros e pilhavam todas as cidades por onde passavam, estupravam mulheres, eram beberrões, etc. Mas até onde esse conhecimento popular sobre os nórdicos é mito ou verdade?

Os Vikings eram grupos marítimos que existiram entre o final do século VIII até o começo do século XI, que estabeleceram sua identidade como comerciantes, exploradores e guerreiros. Vestígios de sua presença são encontradas desde a América do Norte até ao extremo oriente, nos confins da Rússia. Enquanto essas pessoas Vikings são frequentemente imaginadas como selvagens que invadem as nações mais civilizadas em busca de tesouros e das mulheres, a cultura do povo Viking é muito mais diversificada do que se pensa popularmente. Os Vikings ainda influenciaram muitas mudanças nas terras em que passavam, desde a economia até na guerra.

Calling of Vikings
Pintura ‘Chamado dos Vikings,’ por Viktor Vasnetsov, do início do século XX. Crédito: WikiPaintings

Mitos e fatos sobre os Vikings:

1 – Eles usavam elmos com chifres (só que não)

Elmo da Chieftain’s Grave, século X, Noruéga

Confesso que quando descobri isso, anos atrás, fiquei decepcionado (minha vida toda foi uma mentira!) Os elmos com chifres realmente existiram, e eram usados por guerreiros de diversas culturas, da Europa até o extremo oriente (samurais japoneses, por exemplo). No entanto, não existem evidências que levem a acreditar que os vikings tenham usado elmos com chifres…

Guerreiros Vikings tradicionalmente deixavam a cabeça descoberta ou usavam capacetes de couro e metal de estrutura simples, com as vezes com proteção facial. A ideia por trás dos capacetes com chifres surgiu no “revival” Viking durante o século XIX.

Reconstituição de um guerreiro viking.

2 – Eles eram imundos e despenteados (a não ser após uma batalha, claro)

Arqueólogos encontraram evidências (pentes, colheres e outros utensílios de “embelezamento”) que indicam que o povo Viking estava muito interessados em manter a higiene e aparência pessoal.

3 – Eles não passavam o tempo todo atacando e guerreando

Apesar de provado que as invasões foram uma excelente fonte de renda, muitos dos Vikings cuidavam de fazendas na volta para suas terras natais, mantidas pelas esposas durante as viagens. Quando os homens voltaram para casa de uma invasão, eles retomavam sua rotina normal de agricultura. Nada melhor do que cuidar de sua hortinha após saquear uma cidade, não é mesmo?

4 – Eles não eram necessariamente grandes, musculosos e malvados

Devido às curtas temporadas de verão no extremo norte, o cultivo era difícil e recursos sempre foram escassos. Como resultado, muitos dos povos escandinavos eram muito menores do que comumente retratados, devido a fontes limitadas de alimentos.

Enquanto as condições de vida nas regiões escandinavas eram certamente severas e formaram um povo severo, muitos Vikings sofreram com a escassez de recursos e as pessoas estabeleceram suas casas ao longo de grandes distâncias sem uma liderança unificada real. Durante a Era Viking, os povos escandinavos foram capazes de dar um empurrão mais forte para os mundos exteriores e criar uma reputação para si além da simples barbárie. Enquanto alguns Vikings foram conduzidos com o desejo de riquezas, muitos buscavam relações econômicas mais pacíficas com as nações vizinhas.

5 – Eles chegaram no continente americano ANTES de Colombo.

Aprendemos um verdadeiro mito, na escola, quando a história nos conta que Cristóvão Colombo “descobriu” a América em 1492 (final do século XV). No entanto, arqueólogos e historiadores já provaram que muitos outros grupos humanos chegaram na América desde há mais de 10 mil anos atrás (ou talvez 40 mil anos atrás). Algumas pessoas acreditam na possibilidade de navegadores chineses terem conhecido a América algumas décadas antes de Colombo (a controversa teoria de 1421).

Norse voyage map
Locais e datas de viagens nórdicas pelo mundo. Wikimedia.

Já, os Vikings, foram os primeiros navegadores europeus a chegaram na América, muito antes de Colombo. As evidências encontradas no litoral Atlântico do Canadá e na Groenlândia associadas aos Vikings datam desde o século X (ou seja, 500 anos ANTES de Colombo.

6 – Mulheres também participavam das expedições Vikings

woman1
Imaginário da mulher guerreira nórdica.

Apesar da sociedade Viking ser, hoje em dia, considerada machista, existem alguns poucos relatos históricos da presença de mulheres guerreiras vikings.

Pesquisas genéticas provaram a presença das mulheres em expedições, mas não necessariamente como guerreiras.

7 – Vikings carregavam amuletos do Martelo de Thor

Este amuleto do martelo de Thor é o único já encontrado com inscrições rúnicas.

A religião nórdica parece ter tido muita importância, mais do que a própria escrita. Pequenos artefatos que imitam o martelo de Thor, o deus do trovão (filho do deus Odin, o pai de todos) são encontrados em sítios arqueológicos. Acredita-se que eles eram usados para que o portador do amuleto recebesse proteção divina.

8 – Os vikings não conseguiam usar o sol para se guiar nas navegações.

Uma vez que eles navegavam, em grande parte, no círculo polar ártico, torna-se praticamente impossível usar o sol para se localizar durante o verão. Afinal, no extremo norte, durante o verão, o sol nunca se põe. Essa fato é conhecido popularmente como o sol da meia-noite. No inverno, quando todos os dias são, na verdade, noites, existem as estrelas que ajudam a guiar a navegação. Mas como se guiar no verão, se o sol pouco se move no céu?

history, culture, Viking sunstone, calcite crystal, finding sun with polarized light, Icelandic spar as sunstone, Viking navigation, Viking sunstone compass,
O pesquisador Guy Ropars da Universidade de Rennes, França, e sua equipe construíram sua própria bússola solar de cristal de calcita. Dois pontos de luz podem ser vistos no cristal. Foto: Guy Ropars.

Aparentemente, eles usavam uma bússola muito bem elaborada. Diferente das bússolas magnéticas modernas, essas bússolas utilizavam da luz solar, assim como um relógio solar. Mesmo num dia nublado, um cristal alocado dentro do artefato realiza um “truque” com a luz, que permite localizar a direção da luz solar. O cristal reflete dois pontos de luz, dependendo do ângulo em que é direcionado. É possível se localizar mudando a angulação da bússola até que os dois pontos de luz se sobreponham – indicando a  verdadeira direção do sol, que varia, mesmo que pouco, durante o dia. Complexo, né?

Para saber mais:

Arqueologia e Pré-História: Mulheres Vikings também viajavam, revela estudo genético

Arqueologia e Pré-História: Vikings na América do Norte há 1.000 anos atrás.

Portal Vermelho: Mais uma evidência da presença de vikings é descoberta no Canadá

Super interessante: Américas: Quem chegou primeiro?

Arqueologia e Pré-História: O Pequeno Martelo de Thor com Inscrições Rúnicas

Live Science: Fierce Fighters: 7 Secrets of Viking Seamen

18 comentários

    • Olá, Valério. Obrigado pela observação. E que pena que um simples erro que passou despercebido é mais importante que o texto… De fato, apenas a última legenda continha um erro (corrigido) onde uma palavra estava ausente na frase. Imagino que esse era o exagerado “erro gritante”.

      • Nk, ta tudo errado, conjugações, plurais, emprego de palavras equivocadas e claro, a ausência de palavras que complementariam o sentido de várias frases. Um exemplo é o “Eles eram imundos e despenteados (a não ser após uma batalha, claro)” que falta um NÃO depois de ‘eles’.

      • Esse Gabriel que escreveu que a frase está errada, quem está errado é ele!

        A frase pode indicar que esse é um mito! Portanto, não é necessário ter um “não”. Ele que precisa aprender a interpretar texto.

    • Fiquem calmos, esse Gabriel pode estar errado mais não precisam julgar ele com essas palavras. Se ele interpretou uma frase errado, nós o avisamos, não precisamos chingar ou ser brutos. Mas todos tem um ponto certo e um errado. Ele tem de prestar mais atenção, e vcs precisam lembrar que todos erram. Enfim, desabafo é sempre bom né?

  1. […] Enquanto as histórias e figuras das mitologias romana e também grega são temas comuns nas escolas, outras lendas milenares ainda recebem menos atenção. Eles sempre foram um povo meio que isolados no meio de criaturas inimigas e podendo descrever somente consigo mesmos, anões geralmente não pedem e também nem querem ajuda nenhuma; eles são orgulhosos de sua própria força, são orgulhosos de descenderem de matadores de gigantes, são orgulhosos de suas tradições.As expressões norueguesas raramente aparecem no folclore genuíno, e também quando fazem, eles são constantemente usados ​​expressão com sentido aproximado de huldrefolk ou vetter, uma categoria de seres frequentemente aparecem mais relacionados com anões nórdicos do que os elfos que é comparável ao islandês huldufólk (pessoas escondidas).Ou Branca de Neve, ajustado pelos Irmãos Grimm, os anões não são tão bonzinhos como visto na animação de 1937, os anões só assentem que a princesa viva na morada se mantivesse suas roupas lavadas, a comida pronta enquanto chegassem e a lareira acesa para podessem se esquentar, de correto modo, à mantendo como escrava para sustentar sua lar limpa, mas no final acabam se afeiçoando pela personagem.Mesmo em espólios e também territórios eles ganharam pouco dessa guerra, porque, embora os Orcs tenham sido mortos, Balrog continuava aguentando Moria em suas mãos e Dragões ocupavam reino sob a Montaha e os reinos Anões das Montanhas Cinzentas.Gundabad pode ter sido, dessarte, a mas antiga cidade dos Anões na Terra-média, e como a população de Anões cresceu eles eventualmente retornaram à suas terras natais para contruir novas cidades, Durin pode ter permanecido nas terras centrais onde ele acordou, mas a correto tempo este levou número reduzido de Anões para sul para fundar a cidade de Khazad-dum.Obs.: Faltou Kotscho discorrer sobre renomado Governo Paralelo do PT e a Interpol do PT, na realidade um golpe alvo que ajudou a derrubar presidente Fernando Collor de Mello: PTpol – Subterfúgio de Interpol e milícia do PT, desenvolvido pelo Senador Esperidião Amin durante a CPI dos Anões do Congresso, em 1993.A jornada dos seguidores de Shanat foi marcada pela Guerra dos Mantos, que forçou povo robusto a enfrentar os misteriosos habitantes de Rringlor Noroth, que surgiram das profundezas de um grande abisso para combater pelo controle das cavernas de Alatorin.Baseado no seguinte site: https://arqueologiaeprehistoria.com/2014/12/25/8-mitos-e-fatos-sobre-os-vikings-que-podem-te-surpree… […]

  2. O fato de não haver comprovação arqueológica, até o momento, não deveria descartar a possibilidade de que os chifres poderiam ter sido usados apenas em rituais e festividades religiosas nas comunidades escandinavas, pelos vikings. Também poderiam ter sido usadas no momento da abordagem inicial de invasão, pelos guerreiros que se posicionaram na PROA da embarcação, para causar TEMOR aos outros povos; seria um artefato utilizado previamente ao ataque, sendo substituído em seguida pelo capacete tradicional de guerra (couro e metal) no momento em que aportavam para o confronto. Creio que, num futuro próximo, com tecnologias melhores, a arqueologia venha a se surpreender, assim como fora com as recentes descobertas arqueológicas sobre assentamentos vikings na costa do Canadá. Estamos engatinhando, ainda, nesse sentido!

    • Oi, Roberto. Nenhuma possibilidade é descartada. Mas é fato que mesmo com inúmeras evidências arqueológicas levam a crer que esses capacetes com chifres são frutos de uma mitologia posterior ao período viking. Por enquanto, não existe nenhuma evidência disso e portanto, não é possível afirmar nada.

  3. Olá, gostei muito do texto, gostaria de saber se você poderia indicar fontes ou livros nos quais eu possa pesquisar sobre a cultura e até mesmo essas coisas que você falou.
    Estou fazendo pesquisa para um livro novo.
    Obrigada.

  4. Gostaria de recomendar um livro, porém, não tem ligação aos vikings, e sim, aos Deuses Nórdicos. Recomendo o livre “Mitologia Nórdica” de Neil Gaiman. Valeu JuCa pelo texto, admiro muito a era Viking e a Mitologia Nórdica! Um abraço

  5. ola juca pode me indicar algum site ou algum outro material gostaria aprender mais sobre a religiao viking e sua mitologia costumes e runas pode me mandar para meu imail meu amigo desde ja te agradeço e quero dizer que gostei bastante fo material aqui contido abner7neves@gmail.com

    • Oi, Abner. Desculpe a demora. Estivemos fora para um congresso e eu me perdi em meio a mensagens não lidas. EU te recomendo a leitura de dois livros que foram idealizados para o público leigo. O “Dicionário de mitologia Nórdica” e o “Dicionário de História e Cultura da Era Viking”.

      Abraços!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *