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Autora: Gabriela Mingatos
Dentro da arqueologia temos uma área de pesquisa que se ocupa da identificação e interpretação de restos faunísticos (restos de animais). Esse campo de estudo se chama Zooarqueologia ou Arqueologia dos Animais.
De acordo com as arqueólogas Elizabeth J. Reitz e Elizabeth S. Wing a zooarqueologia é responsável pelo estudo dos remanescentes faunísticos presentes nos sítios arqueológicos. O zooarqueólogo, então, seria o responsável pela análise, identificação e interpretação desses remanescentes no contexto arqueológico.
Sepultamento de um cachorro encontrado no sítio conchífero Broad Reach no litoral dos Estados Unidos, datado entre 1,500 e 200 anos atrás. Foto: TRC Companies, Inc.
Podemos encontrar na literatura os termos: Arqueozoologia e Zooarqueologia, trata-se de diferenciações que historicamente, marcavam diferenças e graus de influência da antropologia e biologia nos estudos dos remanescentes ósseos, por exemplo, o termo arqueozoologia marcava um interesse na fauna, mais do que na relação dessa fauna com populações humanas, assim como o termo zooarqueologia que priorizava muito mais a relação da fauna com os humanos. Hoje, apesar dessa diferenciação, esses termos acabam se misturando e por fim significando a mesma coisa.
Na zooarqueologia, o zooarqueólogo tenta compreender as relações estabelecidas entre os animais e as populações humanas que viveram no passado. É comum o zooarqueólogo se deparar com uma grande quantidade de ossos em seu trabalho, pois é um vestígio arqueofaunistico que se preserva. Contudo, não só de ossos é feita a zooarqueologia.
Jacopo de Grossi Mazzorin, um autor italiano, fez uma pequena listagem dos objetos de estudo que se inserem no campo zooarqueológico: Restos de moluscos (nesse caso, como dificilmente o tecido mole se conserva, o que resta para os arqueólogos são as conchas), insetos, exoesqueletos, ovos de parasitas, corpos congelados, ossos, restos de pele e pelo e coprólitos (fezes).
Dentre as principais informações produzidas pela zooarqueologia podemos citar:
Gabriela Mingatos é bacharela em Historia pela Uninove; bacharela em Ciências Sociais pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP); e Mestre em Arqueologia pelo Museu Nacional (UFRJ). Possui experiência de pesquisa em pinturas rupestres e zooarqueologia. Atualmente é aluna de doutorado em arqueologia no Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Para saber mais sobre o assunto: