Arqueologia Cognitiva

por JuCa

Arqueologia cognitiva é a subárea da arqueologia cujo objetivo compreender como o conhecimento humano é construído, aplicado e transmitido nas sociedades humanas. Em outras palavras, arqueologia cognitiva é a aplicação de abordagens da Ciências Cognitivas na Arqueologia.

Cognição é o termo utilizado para se referir aos processos de construção e transmissão do conhecimento. A ciência cognitiva estuda esses processos e seus resultados materiais. Já na arqueologia os vestígios arqueológicos é que são usados como fonte de estudo, pois eles são um resultado da ação do conhecimento humano.

Apesar de a Arqueologia, de uma modo geral, buscar entender o conhecimento que os humanos tinham no passado, apenas os estudos que focam nas capacidades da construção e transmissão deste conhecimento podem ser considerados como estudos de Arqueologia Cognitiva. Estes estudos podem ser feitos através de análises de Evolução Cultural e Paleoneurologia, por exemplo.

Exemplo de estudo paleoneurológico que utiliza tomografias para análise das feições neurológicas fossilizadas de hominíneos ancestrais. Crédito: Center for Cognitive Archaeology, UCCS.
Exemplo de estudo paleoneurológico que utiliza tomografias para análise das feições neurológicas fossilizadas de hominíneos ancestrais. Crédito: Center for Cognitive Archaeology, UCCS.

É muito comum para pesquisadores que não trabalham com esta subárea confundirem estudos de cognitivos com estudos simbólicos. Não é raro se deparar com alguns pesquisadores que denominam seus estudos como estudos de Arqueologia Cognitiva para tratar apenas de estudos de representações rupestres, arte mobiliar, estruturas simbólicas, iconografia, linguagem e semiótica. No entanto, a cognição abrange processos que vão muito além do pensamento simbólico, ou apenas de suas mentes individuais, lidando também com processos individuais corporais e coletivos culturais. Portanto, há de se tomar cuidado para não confundir Arqueologia Cognitiva com Arqueologia do Simbólico! Em muitos momentos estas subáreas trabalham juntas, mas elas também podem funcionar muito bem separadas em diversos momentos, assim como qualquer subárea da arqueologia.

João Carlos Moreno de Sousa é arqueólogo formado pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC GO) e mestre em arqueologia pela Universidade de São Paulo (USP). Possui experiência com estudos de tecnologia lítica e arqueologia cognitiva. Atualmente cursa doutorado em Arqueologia pelo Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro (MN-UFRJ) e administra o site “Arqueologia e Pré-História”.

Para saber mais sobre o assunto: