Paleopatologia Genética – Pragas de séculos passadas desvendadas pela análise de DNA de vestígios ósseos

Dentre as várias pandemias geralmente chamadas “pestes” três são historicamente reconhecidas como vinculadas à pragas, mas apenas para a terceira pandemia dos séculos XIX a XXI houve evidências microbiológicas que o agente causador foi a bactéria Yersinia pestis. “Durante muito tempo, estudiosos de diferentes disciplinas intensamente discutiram sobre os agentes etiológicos reais das pandemias passadas. Somente as análises de DNA realizadas em antigos restos mortais de vítimas da peste poderiam, finalmente, concluir o debate“, disse Barbara Bramanti do Grupo Palaeogenetics no Instituto de Antropologia da Johannes Gutenberg University Mainz (JGU).

Cerca de dois anos atrás, ela liderou a equipe internacional, que demonstrou além de qualquer dúvida de que a Y. pestis também causou a segunda pandemia dos séculos XIV à XVII, incluindo a Peste Negra, a epidemia infame que devastou a Europa entre 1346-1351. Bramanti Mainz e sua colega Stephanie Hänsch agora colaboram com a Universidade de Munique, a Bundeswehr alemã e estudiosos internacionais para resolver o debate sobre se Y. pestis causou a chamada Praga Justiniana dos séculos VI ao VIII.

Os resultados das análises de DNA antigos realizadas no cemitério medieval de Aschheim na Baviera foram publicados na semana passada na revista PLoS Pathogens.

LINK PARA O ARTIGO: http://www.plospathogens.org/article/info%3Adoi%2F10.1371%2Fjournal.ppat.1003349

Eles confirmaram inequivocamente que Y. pestis foi efetivamente o agente causador da primeira pandemia, em contraste com o que tem sido postulada por outros cientistas recentemente. Este resultado revolucionário é apoiado pela análise do genótipo da linhagem antiga, que fornece informações sobre a filogenia e o local de origem desta praga. Tal como para a segundo e a terceiro pandemia, as fontes originais de bacilo da peste estavam na Ásia.

Permanece questionável se na época do imperador bizantino Justiniano apenas uma cepa ou mais foram divulgadas na Europa, como era na época da Peste Negra“, sugeriram Bramanti e Hänsch. Para investigar essa e outras questões em aberto sobre as modalidades e via de transmissão das pragas medievais, Bramanti obteve recentemente uma outorga avançada ERC para o projeto “As pragas medievais: a ecologia, as modalidades de transmissão e rotas de infecção” (MedPlag) e mudará para o Centro de Síntese Ecológica e Evolutiva (CEES) da Universidade de Oslo, na Noruega.

O CEES, presidido por Nils Chr. Stenseth, tem um registro excelente e premiado de excelência na pesquisa em doenças infecciosas e em particular sobre Y. pestis. O grupo de pesquisa MedPlag é constituído por Stephanie Hänsch, Lars Walloe, Boris Schmid, Kyrre L. Kausrud e Ryan W. Easterday (Universidade de Oslo, Noruega), Mark Achtman (University of Warwick, Reino Unido), Elisabeth Carniel (Instituto Pasteur, Paris , França), Raffaella Bianucci (Universidade de Turim, Itália), Ulf Büntgen (Swiss Federal Research Institute for Forest, Snow and Landscape, Suíça), bem como os historiadores e arqueólogos célebres da Europa, Ásia e América.

Fonte: http://www.sciencedaily.com/releases/2013/05/130510075449.htm?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+sciencedaily%2Ffossils_ruins%2Farchaeology+%28ScienceDaily%3A+Fossils+%26+Ruins+News+–+Archaeology%29

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