Estreito de Gibraltar: Contatos entre os grupos humanos pré-históricos.

Por Rafael Peña, da EFE Futuro.

Os dados sobre o movimento de pessoas na pré-história, através do Estreito de Gibraltar estão agora pairando mais fortemente para a costa sul, graças às novas descobertas em Ceuta, que mostram uma ocupação com cerca de 300.000 anos de idade.

Na escavação da caverna de La Cabililla em Benzú (foto acima), localizada perto da fronteira entre a cidade de Ceuta, em Marrocos, é possível perceber a presença de caçadores-coletores-pescadores do Paleolítico Médio, bem como crustáceos agricultores-pescadores do Neolítico.

Especialistas compilaram dados estratigráficos, tecnologia marinhas e fauna terrestre para mostrar que nas sociedades antigas os homens estavam ligados através do Estreito de Gibraltar.

Detectamos relações e contato entre os grupos humanos do Pleistoceno Médio e do Holoceno Neolítico em ambos os lados“, diz ele em entrevista à Efe, o professor de Pré-História da Universidade de Cádiz e coordenador do projeto científico na caverna, José Ramos.

O especialista tem valorizado a importância desta caverna: “Há registros de exploração do mar há mais de 250.000 anos, de pesca de 150 mil anos atrás, e uma sequência estratigráfica com cerca de 300.000 anos atrás.

Na sua opinião, os restos encontrados na cidade “têm sintonizado  tipo de tecnologia do Paleolítico Médio, com o outro lado do Estreito. No sul da Europa este tipo de tecnologia está associada com as populações de Neanderthal“.

Para ter constância científica dos resultados, um total de 32 pesquisadores têm colaborado para publicar o livro “El abrigo y la cueva de Benzú“, que é um livro de memórias de trabalhos arqueológicos realizados entre 2002 e 2012 dentro do reservatório.

A contribuição de 32 pesquisadores evidencía de que a arqueologia pré-histórica contemporânea é interdisciplinar, pois esses estudos têm envolvido os historiadores, arqueólogos, geólogos, biólogos, zoólogos e inclusivequímicos”, disse Dario Bernal, Professor de Arqueologia da Universidade de Cádiz, que compartilha a direção da escavação na caverna com Ramos.

Um total de 760 páginas divididas em 34 capítulos destacam a importância deste achado. “O livro tem como objetivo divulgar e socializar o conhecimento adquirido e colocar a região geo-histórica do Estreito de Gibraltar em seu lugar de importante passo das sociedades pré-históricas“, disse Bernal.

Todos estes dados são a base para a continuação da investigação: “Os estudos agora são basicamente interdisciplinares, buscando compreender a relação das sociedades com o meio e aprofundar nos modos de vida“, disse José Ramos.

Estudiosos têm apontado que na Espanha existe um registro arqueológico “formidável” por existirem assentamentos em cavernas, terraços e lagunas, mas a caverna de Benzú em Ceuta é um passo a mais no conhecimento e no relacionamento das sociedades humanas através Estreito de Gibraltar.

FONTE: http://www.efefuturo.com/noticia/la-prehistoria-asoma-con-mas-fuerza-en-la-costa-sur-del-estrecho/

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