Texto de Márcia Jamille
Com a popularização das publicações relacionadas aos artefatos datados do Egito Faraônico, resultados das investidas napoleônicas no país, muitos europeus interessaram-se em manter consigo aspectos desta cultura (PETRUSKI, 2008), fosse através de pedaços de peças arqueológicas, fotografias, ou edifícios inspirados na arquitetura doméstica ou tumular egípcia, sendo neste último caso por motivos esotéricos e/ou sociais, tais como demonstrar o poder aquisitivo da família do falecido através de um mausoléu elaborado ou procurando tecer algum paralelo do poder do indivíduo em vida com os dos faraós e sua corte.
Com o desenvolvimento econômico das Américas, não tardou muito para que o costume chegasse ao continente, tornando-se presente, inclusive, no Brasil, sendo neste encontrados exemplos datados a partir de 1920 no Rio de Janeiro e São Paulo e 1930 nas demais cidades (ARAÚJO; BELLOMO, 2004).
Dentre os elementos mais adotados estão os obeliscos, colunas, jazigos em formas piramidais ou de sarcófagos e até mesmo divindades egípcias, tais como o Disco Solar Alado (BAKOS, 2003; ARAÚJO; BELLOMO, 2004).
A adoção destes elementos podem não implicar em uma crença (com ou sem sincretismo religioso) familiar ou individual (BAKOS, 2003; ARAÚJO; BELLOMO, 2004), mas outros fatores tais como o amor do então falecido pela civilização egípcia ou pura apropriação de elementos da antiguidade para demonstrar poder.
A importância dos estudos relacionados a estas construções, que fazem parte dos debates da Egiptomania, para a Arqueologia está na tentativa do entendimento das reinterpretações, inclusive de cunho Orientalista, de artefatos do Egito Faraônico para as atuais comunidades.
Abaixo alguns exemplos:
Para saber mais:
ARAÚJO, Thiago Nicolau de; BELLOMO, Harry Rodrigues. Presença do Antigo Egito nos Cemitérios. In: Bakos, Margaret. Egiptomania: O Egito no Brasil. São Paulo: Paris, 2004.
BAKOS, Marchiori Bakos. Corpo e Egiptomania. Phoînix, Rio de Janeiro, 2003.
PETRUSKI, Maura Regina. Cemitério Municipal São José: um espaço da Egiptomania em Ponta Grossa. História, imagem e narrativas. Nº 7, ano 3, setembro/outubro, 2008.
Excelente trabalho,e muito curioso também,me ensinou bastante ^^
Obrigada Emerson!
Abraços!