Pesquisadores perceberam que mãos estampadas e pinturas de animais em uma caverna na Indonésia, as quais acreditavam-se terem 10.000 anos de idade, têm na verdade entre 35.000 e 40.000 anos de idade. As descobertas sugerem que os seres humanos na Ásia estavam produzindo arte simbólica tão antigamente quanto os primeiros pintores rupestres europeus.
A descoberta está entre os 10 melhores avanços científicos divulgados. A descoberta foi publicada em outubro de 2014. As pinturas foram encontradas por pesquisadores em 7 sítios arqueológicos nos carstes de Maros, na ilha de Sulawesi, na Indonésia, na verdade. O avanço foi significativo na medida em que foi a primeira vez que pinturas rupestres pré-históricas encontradas na Indonésia, ou Leste da Ásia, foram datadas de períodos normalmente associadas aos dos “primeiros pintores” – fato muito conhecido na Europa.
Os pesquisadores dataram, por urânio-tório, amostras de espeleotemas diretamente associados com 12 estampas de mãos humanas e duas pinturas de animais. “A mais antiga imagem datada de Maros“, escrevem os autores do estudo em seu relatório, “com uma idade mínima de 39,9 mil anos, é agora a mais antiga estampas de mão conhecida no mundo. Além disso, uma pintura de um babirusa (“porco-veado”) tem, pelo menos, 35,4 mil anos e está entre as primeiras representações figurativas datadas em todo o mundo, se não a mais antiga“.
Os resultados do estudo dissipam a noção de que tais pinturas de cavernas antigas é exclusividade da Europa ou que os primeiros artistas pré-históricos eram europeus por localização. Além disso, sugere a possibilidade de uma população ancestral comum ou partilhada ainda mais antiga de humanos pintores rupestres, talvez apontando para uma população original, ou populações, emergentes da África antes de 40.000 aC.
Alternativamente, isso poderia sugerir que essas habilidades cognitivas evoluíram de forma independente em torno do mesmo período de tempo entre os seres humanos em locais a milhares de quilômetros de distância.
Artigo na revista Nature: Pleistocene cave art from Sulawesi, Indonesia
Veja abaixo o vídeo divulgado pela Nature:
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As outras descobertas científicas do TOP 10
Aterrisagem do meteoro Rosetta pelo módulo Philae: Todos devem ter visto as manchetes em novembro, quando Philae aterrissou na superfície do cometa em alta velocidade. Mesmo que o pouso tenha sido mais áspero do que o esperado – Philae ricocheteou na superfície e pouso de lado a uma boa distância do seu alvo original – foi, no entanto, o primeiro pouso suave já realizado em um cometa. E os dados desta sonda já estão lançando nova luz sobre a formação e evolução de tais cometas.
A transição Dinossauro-Pássaro: Este ano, uma série de artigos que compararam os fósseis de antigos pássaros e dinossauros com pássaros modernos revelaram como certas linhagens de dinossauros desenvolveram pequenos planos corporais leves, o que lhes permitiu evoluir em muitos tipos de aves e sobreviverem à extinção do Cretáceo -Paleógeno cerca de 66 milhões de anos atrás.
Sangue jovem concerta o velho: Os pesquisadores demonstraram que o sangue de um jovem rato ou mesmo apenas um fator conhecido como GDF11 do sangue de um rato jovem pode rejuvenescer os músculos e cérebros de ratos mais velhos. Os resultados levaram a um ensaio clínico no qual os doentes de Alzheimer estão recebendo plasma de doadores jovens.
Obtendo robôs para cooperar: Novos softwares e robôs interativos que, por exemplo, instruem enxames de robôs inspirados em cupins a construir uma estrutura simples ou solicitem que mil máquinas de pequeno porte formem quadrados, cartas e outras formas bidimensionais, estão provando que robôs podem trabalhar juntos sem qualquer supervisão humana, afinal.
Chips neuromórficos: Imitando a arquitetura de um cérebro humano, engenheiros de computação da IBM e outros lugares lançaram a primeira grande escala de chips “neuromórficos” este ano, que são projetados para processar a informação de formas que são mais parecidas com cérebros vivos.
As células beta: Dois grupos foram pioneiros com dois métodos diferentes para o crescimento de células que se assemelham com células beta – as células produtoras de insulina do pâncreas – em laboratório este ano, dando a pesquisadores uma oportunidade sem precedentes para estudar diabetes.
Manipulação de memória: Usando a optogenética – uma técnica que manipula a atividade neuronal com feixes de luz – pesquisadores mostraram que poderiam manipular memórias específicas em camundongos. Apagando memórias existentes e implantando falsas, eles foram tão longe a ponto de mudar o conteúdo emocional de uma memória do rato de boa para ruim, e vice-versa.
CubeSats (“Satélite-Cubo”): Apesar de terem sido enviados ao espaço por mais de uma década, satélites baratos em formas de cubo com laterias de apenas 10 centímetros quadrados, chamados CubeSats, realmente decolaram em 2014. Uma vez considerados como ferramentas educacionais para os estudantes universitários, estes satélites em miniatura já começaram fazer alguma ciência real, de acordo com pesquisadores.
Expanção do alfabeto genético: Pesquisadores produziram E. coli que abriga dois ácidos nucleicos adicionais – X e Y – para além dos normais G, T, C e A que formam os blocos de construção padrão de DNA. Tais bactérias sintéticas não podem reproduzir-se fora do laboratório, mas podem ser usadas para criar proteínas de design com aminoácidos “não-naturais”.
Fonte: Science
Queria saber: Quais são as pinturas rupestres mais antigas existentes no Brasil?
Obriga!!
Oi, Yasmin!
Essa é uma pergunta difícil de responder. Afinal, os métodos de datação de pinturas e outras representações rupestres ainda não são muito boas. Geralmente os arqueólogos relacionam as pinturas às datações obtidas nas escavações dos sítios. Por exemplo: Se um sítio possui pinturas e as escavações forneceram datações que vão de 5 mil até 3 mil anos, quer dizer que as pinturas não são nem mais velhas que 5 mil nem mais novas que 3 mil. No entanto, não se pode excluir a possibilidade de essas pinturas serem ainda mais antigas, ou ainda mais novas, e feitas por outros grupos humanos.
De qualquer forma, o registro mais antigo para representações rupestres no continente americano é do sítio Lapa do Santo, localizado na região de Lagoa Santa, Minas Gerais. Trata-se de uma gravura, e não pintura. Mas o sítio também possui pinturas não datadas. Você pode conferir na seguinte matéria: http://cienciahoje.uol.com.br/revista-ch/2012/292/nu-mais-antigo-das-americas
Abraços