Graduandos em Arqueologia da UFPI realizam estágio no Complexo Arqueológico de Pachacamac, no Perú

Escrito por Amanda Lopes, aluna de graduação em arqueologia da Universidade Federal do Piauí (UFPI), o texto a seguir é um breve comentário sobre o estágio realizado por alguns estudantes de arqueologia da UFPI junto a equipe do Museo de Sítio de Pachacamac.

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O Santuário arqueológico de Pachacamac está localizado na costa central do Perú, aproximadamente 45 minutos de Miraflores, um bairro populoso e turístico da cidade de Lima, capital do país. Foi o mais importante centro religioso da costa central do Perú, e seus devotos se espalhavam por todo o território andino. Além da população local, peregrinos de vários locais e hierarquias, através de longas viagens e sinuosos caminhos chegavam ao santuário para entregar suas oferendas ao ídolo, fazer pedidos e previsões, e participar das fartas e grandes cerimônias.

Pachacamac foi um sitio arqueológico Pré-Incaico, tendo os Incas chegado e dominado o sítio somente 70 anos antes dos espanhóis. O complexo arqueológico hoje, compreende uma estrutura de quase 500 hectares e uma presença ocupacional que compreende desde o ano 200 d.C. até 1.533 d.C., ano da chegada dos espanhóis a região.

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Plano da zona arqueológica de Pachacamac.

Em Maio de 2013, soubemos da oportunidade de cursar a disciplina de Estágio Obrigatório (cursada no 7º período) no Perú, na zona arqueológica de Pachacamac. E em 22 de junho, eu, Amanda Lopes e mais quatro colegas: Isadora Melo, Cecília Lima, Árlon Facynek e Angélica Abreu, do curso de Arqueologia e Conservação de Arte Rupestre da Universidade Federal do Piauí, partimos para o estágio.

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Da esquerda para a direita: Árlon, Cecília, Amanda, Angélica e Isadora.

Logo de início um “choque”, a imensidão dos sítios arqueológicos! Nós, acostumados com sítios pré-históricos, com gravuras e pinturas, líticos e cerâmicas simples, nos deparamos com imponentes monumentos construídos em uma área imensa, cerâmicas tão bem entalhadas e pintadas, tecidos de estampas e cores das mais variadas, objetos de metais – ouro, cobre, prata – de extraordinária beleza. A partir dai, percebemos como nossa experiência seria incrível. E acreditem, foi!

Durante esse 45 dias, realizamos atividades das mais variadas. Participamos dos trabalhos de escavações, registro gráfico e fotográfico durante as escavações e dos parâmetros expostos, apoio no inventário, catalogação e tombamento dos materiais arqueológicos recuperados durante as escavações e trabalhos de conservação das grandes edificações. E com mais dois estagiários de fora do Perú, Elizabeth, da Alemanha, e Jaime, da Espanha.

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Além das grandes experiências e aprendizado em campo, tivemos a sorte de passar por 2 feriados nacionais prolongados, conhecendo assim as cidades de Chavín de Huantar e Cusco, aproveitando e passando por Machu Picchu.

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Acredito que nos 4 anos de universidade, apenas com disciplinas teóricas, não temos uma formação plena. Ao estagiar, levamos nossos conhecimentos ao mundo real, e com esta experiência, aumentamos nossos conhecimentos e ampliamos nossos horizontes. O estágio no Peru nos abriu várias portas, além de trabalharmos com algo que não veríamos em lugar algum no Brasil.

Aproveitem e conheçam outros lugares, sendo aqui, ou fora do Brasil, mas todos precisam passar pela experiência de conhecer e fazer algo diferente daquilo que estamos acostumados. Ao trabalhar lá, percebi que o Museu de Sítio de Pachacamac está de portas abertas para quem quiser conhece-lo e ser voluntário nos trabalhos.

Um abraço especial a quem estava do nosso lado por la, que além de professores, foram amigos, Jorge, Betsa e Kat.

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Para sabe mais sobre Pachacamac: http://www.arqueologiadelperu.com.ar/pch.htm

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