Importante para os interessados em arqueologia não ficarem desavisados. Uma notícia vem sendo publicada desde o ano passado, e foi veiculadas em vários sites e jornais. Trata-se de uma lista sobre o desemprego baseada unicamente no contexto dos Estados Unidos.
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De acordo com essa lista, os arqueólogos estão entre os maiores profissionais desempregados. No entanto, é importante ressaltar que a realidade da arqueologia brasileira é completamente diferente!!
No Brasil, existem, na verdade, poucos profissionais formados em arqueologia. Afinal, todos os atuais cursos de graduação passaram a existir a partir de 2005. Os primeiros bacharéis começaram a se formar entre 2008 e 2009. Antes disso, os únicos arqueólogos que atuavam no Brasil eram profissionais de outras áreas (dos quais nem todos possuíam um mestrado ou doutorado em arqueologia), e arqueólogos estrangeiros.
De fato, ainda existem poucas empresas de arqueologia e poucas universidades com departamentos de arqueologia no país. No entanto, a necessidade de mais arqueólogos para mudar esta realidade é grande.
Como muitos já devem saber, a lei exige que sejam realizadas pesquisas arqueológicas antes que grandes empreendimentos comecem a ser construídos. Infelizmente as empresas de arqueologia, das quais algumas ainda tem poucos arqueólogos formados em sua equipe, não estão dando conta de realizar, com qualidade, todas as pesquisas de contexto empresarial no Brasil.
Até uns anos atrás, inclusive, se brincava com o fato de que existiam mais ex-participantes do BBB (aquele reality show anual da Rede Globo) do que arqueólogos associados à maior entidade de arqueologia do Brasil, a Sociedade de Arqueologia Brasileira (SAB). É claro que essa estatística já não é mais a mesma. Os novos profissionais estão, paulatinamente, alterando a realidade da arqueologia brasileira.
O fato é que são necessários mais arqueólogos bem formados em graduações no Brasil. Com mais arqueólogos teremos empresas com equipes mais preparadas, e mais empresas de arqueologia. Com mais arqueólogos formados, mais bons arqueólogos poderão ingressar no corpo docente de universidades e contribuir, em quantidade e qualidade, no ensino de arqueologia.
Por fim, não escrevo isto como uma crítica ao atual contexto da arqueologia brasileira. Longe disso! A tendência é que continue melhorando. Escrevo estes parágrafos apenas como um alerta aos desavisados, para que não acreditem em qualquer matéria publicada nestes grandes veículos da mídia, ou que não pensem que a realidade de um outro país se aplica ao nosso (como é o caso da tal matéria). Alguns destes mesmos veículos são aqueles que ainda publicam matérias sobre “arqueólogos que descobriram nova espécia de dinossauro”.
Clique aqui e veja um exemplo disso.
Então, por favor, não busquem se informar com quem é mal informado. Busquem se informar com quem realmente entende do que está falando ou, de preferência, a fonte original destas notícias.
João Carlos Moreno de Sousa
Se isso é mesmo verdade como você fala neste texto, como eu que estou formado há mais de um ano não consigo emprego nesta área que tando desejo atuar?
Caro Lucas.
Isso depende muito da sua formação. Você é graduado em arqueologia ou fez apenas uma pós? Muitas empresas já estão preocupadas em pessoas que tem uma formação em arqueologia, já que as pós tem um ensino inferior. Outras, por outro lado, consideram apenas quem já tem mestrado ou doutorado, ou só querem quem já tem experiência em empresa (que na minha opinião não faz sentido, pois você só ter experiência em empresa se trabalhar numa empresa – isso é coisa de empresa ruim).
Se você for um profissional ruim (espero que não), dificilmente uma empresa te contratará, não importa se você é formado ou não. Isso funciona em qualquer trabalho.
A razão mais provável é que você não está procurando emprego em todos os lugares. Vejo pessoas reclamando que não acham emprego, mas não querem procurar fora do seu próprio estado ou cidade. Nem todos os lugares tem empresas ainda. Tanto é que as empresas estão realizando trabalhos por todo o Brasil. Eu mesmo, que sequer tenho interesse em empresas, recebo pelo menos uma proposta de emprego por mês desde antes de concluir minha graduação em 2010.
Além disso, você está de olho nos vários concursos que estão saindo para arqueólogos? Um concurso para professor substituto na FURG e um no Museu de Joinville (SC) saíram recentemente e foram divulgados aqui no site. Se você possui graduação em arqueologia poderá se inscrever em ambos.
O que eu sempre digo a todos é que, no atual contexto da arqueologia no Brasil, você pode trabalhar com (quase) tudo o que quiser, e ainda há muita coisa para inovar, afinal, a arqueologia ainda tem poucos profissionais (e poucas empresas e poucos cursos). Se onde você mora não tem uma empresa com vagas, é necessário sair da zona de conforto e ir para uma local onde há trabalho. Ou outra opção é abrir sua própria empresa. Pode não ser fácil, mas está longe de ser impossível trabalhar com arqueologia no Brasil. Se mesmo quem não tem nenhuma formação em arqueologia está trabalhando, porque um arqueólogo devidamente formado não está? Se o problema estiver nas empresas… porque não criar ovas e boas empresas?
Espero que tenha ajudado a esclarecer um pouco, Lucas.
Abraços!
se for questão de trabalhar fora isso pra min nunca foi problema para min, poisa já estagiei fora do meu Estado em algumas oportunidades, mesmo assim já enviei meu curriculum para empresas de diversos Estados e a resposta sempre é “quadro de funcionários completos” ou não me respondem de jeito nenhum, não nego que durante este tempo estive me preparando para concursos, mas não deixei de enviar meu curriculum durante este mesmo período como concurseiro para essas empresas e até hoje para min de nada valeu
Lucas, aqui mesmo no estado de SP existem empresas que estão sempre contratando. Vez ou outra fico sabendo que estão precisando de gente para trabalhar nos escritórios, e principalmente em campo.
Mas mais uma vez, já está na ora dos novos arqueólogos começarem a pensar em criar empresas (contando com pessoas experientes neste contexto na equipe, é claro). Era de se esperar que com o aumento de arqueólogos formados o número de empresas aumentasse. Infelizmente pouquíssimas foram criadas.
As empresas atuais não estão conseguindo lidar com o grande número de empreendimentos. E contratar mais gente pra tentar lidar com tudo isso pode ficar mais caótico. A regulamentação da nossa profissão está bem próxima, e muito a favor de quem tem uma graduação em arqueologia. Se este é o seu caso, criar um nome jurídico, montar uma equipe de colegas, divulgar o nome da empresa para pequenos empreendimentos locais é uma das melhores opções. Alguns amigos de Sergipe e Goiás, por exemplo, fizeram isso e hoje estão se saindo muito bem. Claro, não é fácil. O começo é sempre a parte mais difícil. Uma renda inicial para criar a empresa e os materiais pode ser necessário. Se você fez a graduação, com certeza deve ter tido aulas sobre arqueologia de contrato e sobre legislação, então sabe como funciona. E a paixão pela arqueologia não deixa a gente desistir tão cedo.
De todo modo, desejo muita sorte e sucesso. Todos os que desejam seguir um futuro na área merecem. Caso queira, entre em contato no nosso e-mail e poderemos ajudar de alguma forma, nem que seja oferecendo estágios acadêmicos e enviando seu currículos a empresas que precisam de profissionais.
Abraços!
Obrigado pela sugestão, creio que eu não tenha tino para o empreendedorismo e nem mesmo sei se teria habilidade em montar minha própria equipe, creio que sou mais produtivo dentro de uma função ou mesmo de várias funções quem sabe até mesmo liderando, porém não sendo chefe de uma equipe, mas agradeço a sua atenção. Bem, como você manifestou desejo em me ajudar breve estarei lhe enviando um e-mail, Muito Obrigado, abraços
João, sugiro mais uma vez (já o fiz ao vivo) que não generalize essa ideia de que profissionais formados por cursos de graduação em arqueologia são necessariamente melhores do que os oriundos de pós. Na verdade, a esmagadora maioria dos profissionais formados em cursos de graduação que conheci deixavam muito a desejar tanto em campo quanto teoricamente. Por outro lado, a maioria dos profissionais que admiro pelo trabalho muito bem realizado são originários de cursos de pós-graduação.
Infelizmente isso parece ser um preconceito seu que persiste, mesmo tendo a maioria dos colegas de pós-graduação originários de outros cursos de graduação. Estes, devo lhe lembrar, não são menos arqueólogos do que você, e não necessariamente sabem menos. A persistência desse tipo de pensamento cria uma rixa desnecessária entre profissionais da mesma área.
Olá, Pedro! Obrigado pelo comentário!
Veja bem que em nenhum momento eu digo que os graduados são, NECESSARIAMENTE, melhores que os outros profissionalmente. Mas é fato que as graduações (teoricamente) fornecem um ensino prático e teórico muito superior. Bons profissionais, como é o seu caso (mesmo que apenas numa área mais específica), são poucos. Mas isso é fruto mais do esforço pessoal do que da formação em si. O fato de ter encontrado com arqueólogos graduados péssimos pode ser devido a diversos fatores como: o curso que fizeram, má vontade da própria pessoa, etc. Infelizmente nem todos os cursos atuais são bons mesmo… E o fato de ter conhecido mais bons profissionaos que tem apenas uma pós se deve, provavelmente, à falta de experiência em outras instituições. Quem conhece os alunos e profissionais atuantes nos vários departamentos Brasil afora consegue notar um claro aumento na qualidade dos arqueólogos dada a criação dos novos cursos.
E defendo sim, quem quem é graduado em arqueologia é arqueólogo. Pode ser um péssimo arqueólogo, mas é arqueólogo. Formados em outras áreas ganham título de mestre ou doutor em arqueologia, e não de arqueólogo. Mas claro que, na prática, prevalece quem melhor aplica seus conhecimentos.