Dois antigos fósseis humanos do Laos revelam uma precoce diversidade humana

As investigadoras encontraram um crânio antigo humano, à esquerda, com características modernas, e uma mandíbula humana, à direita, com traços modernos e arcaicos, na mesma caverna no norte do Laos. Ambos os artefatos datam de 46.000 a 63.000 anos atrás. | Foto por Fabrice Demeter
Os investigadores encontraram um crânio antigo humano, à esquerda, com características modernas, e uma mandíbula humana, à direita, com traços modernos e arcaicos, na mesma caverna no norte do Laos. Ambos os vestígios datam de 46.000 a 63.000 anos atrás. | Foto por Fabrice Demeter

Um crânio humano antigo e uma mandíbula encontrados poucos metros dentro de uma caverna no norte do Laos se somam à evidência de que os primeiros humanos modernos eram fisicamente bem diversos. A informação foi publicada no PLOS ONE.

O crânio, encontrado em 2009 em uma caverna conhecida como Tam Pa Ling nas Montanhas Annamite do Laos, e anunciado em 2012 na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, é o fóssil humano moderno mais antigo encontrado no Sudeste da Ásia. Sua descoberta torna mais antiga a data da migração dos humanos modernos através da região em algo em torno de 20.000 anos. Ela revelou que os primeiros humanos que migraram para as ilhas e costas do Sudeste da Ásia, depois de deixarem a África, também viajaram por terra muito antes do que era pensado, algo entre 46.000 e 63.000 anos atrás.

A mandíbula foi descoberta no final de 2010 e é mais ou menos da mesma idade do crânio, ela possui tanto traços humanos modernos quanto arcaicos.

“Somando-se ao fato de ser inacreditavelmente pequena em seu tamanho global, essa mandíbula possui uma mistura de traços que combinam a anatomia típica dos humanos modernos, tal como a presença de um queixo protuberante, com traços que são mais comuns de nossos ancestrais arcaicos como os Neandertais – por exemplo, ossos muito espessos para manter os molares no lugar”, disse a professora de antropologia da Universidade do Illinois, Laura Shacklford. Com a antropóloga Fabrice Demeter, desenvolvem o estudo no Museu Nacional de História Natural em Paris.

Essa combinação de traços de humanos modernos e arcaicos não é inusual, disse Shackelford. Outros fósseis humanos antigos da África, Leste da Europa e China também exibem esse amálgama de características, afirmou a pesquisadora.

“Alguns pesquisadores usaram essas características como evidência de que as migrações dos humanos modernos para novas regiões devem ter propiciado descendentes com populações arcaicas que já estavam presentes nestas regiões”, disse Shackelford. “Porém, uma forma mais produtiva de olhar para essa variação é enxergá-la como nós vemos as pessoas de hoje – apresentando vários traços ao longo de um continuum”.

“Tam Pa Ling é um sítio excepcional, porque mostra que muito cedo os humanos modernos, migrando e colonizando o leste da Ásia, demonstraram uma ampla gama anatômica”, sustenta Shackelford.

Fonte: heritagedaily

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