O Coletivo de Divulgação Científica Arqueologia e Pré-História vem por meio deste manifestar sua indignação ante a recente exposição de casos de assédio. Nossa sociedade, a despeito de se colocar como progressista, falha em diversas questões, sobretudo na proteção de minorias e dificultando o acesso de grande parte da população aos serviços básicos. E a ciência, como não deixa de ser parte da sociedade, sofre das mesmas problemáticas e isso precisa ser impedido a todo custo.
As ciências, paleontologia inclusa, são bens humanos para todos, independente de origem, gênero, religião e outros. Esses casos são reflexos de pessoas que usam da sua posição de poder para atormentar outros e, assim, minam o crescimento de inúmeros cientistas, principalmente mulheres. Esse tipo de atitude não pode continuar a ser ignorada, e medidas para este e outros casos futuros devem ser efetuadas, como o acolhimento e canais seguros para as vítimas, seminários e fóruns para educação e sensibilização dos especialistas, além dos encaminhamentos legais cabíveis para coibir os assediadores. A ciência é um esforço coletivo de entendimento do mundo em que vivemos e, para isso, tem que ser plural em seu cerne.
Situações como esta só desestabilizam psicologicamente as vítimas, além de destruir carreiras promissoras, afastando as pessoas de grandes paixões e interesses. Alguém que prejudique as vidas e sonhos das pessoas não deveria sair impune, e sim ser responsabilizada pelos seus atos.
Se esperamos viver em uma sociedade efetivamente democrática, este tipo de ação não deve ser apenas repudiada e condenada. Inúmeras medidas podem e devem ser executadas para coibir, sensibilizar e impedir futuros assédios. Medidas que devem ser pensadas e implementadas pelas instituições de ensino e pesquisa, assim como pelas sociedades e organizações de profissionais das áreas científicas